Foto: Adriana Marques |
Tem dias, porém (quase sempre, ultimamente), que simplesmente empaco no mundo das ideias. Falta aquele empurrãozinho, um incentivo, algo que motive a me colocar em ação. A verdade é que o mundo ao redor tem tantas a(dis)trações que, se a gente não se vigia, a gente acaba caindo na armadilha da procrastinação e vai deixando pra depois o nosso movimento, que é algo tão importante, que deveria ser a nossa prioridade, afinal, ele carrega toda nossa essência, e se rende às experiências imediatas que, na maioria das vezes, nem têm tanta importância assim, muitas vezes nem agregam tanto, mas por algum motivo a gente vai seguindo o fluxo.
E daí que hoje me deparei com um projeto pra lá de inspirador, de gente do bem que tá se colocando em movimento, e eis que a temática foi ela, a MOTIVAÇÃO. O projeto se chama Ligando Ideias, e seu objetivo é postar, semanalmente, vídeos colaborativos em que cada participante dá sua visão sobre a temática proposta para a semana. Quem quiser conferir, olha aqui que está muito bacana!
Vendo o vídeo, comecei a matutar sobre essa menina tão importante e me peguei pensando na palavra motivação. Motivação = Motivo + Ação. Ter um motivo para a ação. Bingo. A motivação é um elemento essencial em nossas jornadas, é ela que nos impulsiona e nos sacode a sair do lugar na busca dos nossos objetivos. Isso significa que, quando nos sentimentos desmotivados, o que na verdade nos falta é um motivo que nos leve a agir em busca de algo. Ou, o motivo pode até existir, mas nos falta a clareza sobre ele. E se não há motivo ou se ele ainda não está claro, a gente não age, fato.
Nesse exercício simples eu consegui perceber que o fato de eu estar estagnada no mundo das ideias e postergando diversos textos tem muito a ver com a motivação. Por mais que eu tenha me redescoberto na escrita, uma paixão antiga, tem dias que simplesmente me rendo às a(dis)trações ao redor e mino completamente o motivo para me colocar em ação, canalizando-a para outras atividades. E aí vou seguindo o fluxo e deixando para depois as minhas paixões. Só que o depois nunca chega. Porque depois sempre vem o cansaço, a preguiça, a falta de disposição e vontade, e aí mais uma vez me rendo ao fluxo ao invés de seguir o que fala o coração.
E para voltar ao fluxo da nossa jornada e se desligar do fluxo do mundo, não tem muito segredo, a não ser silenciar o coração e a alma e escutar, com atenção e cuidado, o que grita aqui, dentro da gente. Porque só assim, se aquietando, é que conseguimos nos reconectar com os motivos que nos levam a agir e nos colocar, novamente, em movimento. E não é vergonha nenhuma admitir, pra nós mesmos, o quanto não estamos nos comprometendo com nossos propósitos. Pelo contrário. Faz parte do processo de reconexão reconhecer a falha, entender o que tem levado a desvirtuar do caminho, nos redimir conosco, entender que o erro faz parte do processo, que com ele aprendemos a ser melhores a cada dia. Só isso já é motivo suficiente para reascender a motivação que há dentro de nós e continuar seguindo em frente. Para mim, motivação suficiente para me reconciliar com as palavras. Para deixar fluir as ideias para fora da cachola e deixar transbordar as palavras em forma de texto.