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terça-feira, 21 de abril de 2015

Sobre a motivação

Foto: Adriana Marques




















Minha mente anda cheia de ideias sobre temas para escrever... mas ideias não passam de ideias se não as colocamos em ação. Não é à toa que fala-se tanto da importância de se colocar sempre em movimento, porque o movimento faz fluir a nossa jornada.

Tem dias, porém (quase sempre, ultimamente), que simplesmente empaco no mundo das ideias. Falta aquele empurrãozinho, um incentivo, algo que motive a me colocar em ação. A verdade é que o mundo ao redor tem tantas a(dis)trações que, se a gente não se vigia, a gente acaba caindo na armadilha da procrastinação e vai deixando pra depois o nosso movimento, que é algo tão importante, que deveria ser a nossa prioridade, afinal, ele carrega toda nossa essência, e se rende às experiências imediatas que, na maioria das vezes, nem têm tanta importância assim, muitas vezes nem agregam tanto, mas por algum motivo a gente vai seguindo o fluxo.

E daí que hoje me deparei com um projeto pra lá de inspirador, de gente do bem que tá se colocando em movimento, e eis que a temática foi ela, a MOTIVAÇÃO. O projeto se chama Ligando Ideias, e seu objetivo é postar, semanalmente, vídeos colaborativos em que cada participante dá sua visão sobre a temática proposta para a semana. Quem quiser conferir, olha aqui que está muito bacana!

Vendo o vídeo, comecei a matutar sobre essa menina tão importante e me peguei pensando na palavra motivação. Motivação = Motivo + Ação. Ter um motivo para a ação. Bingo. A motivação é um elemento essencial em nossas jornadas, é ela que nos impulsiona e nos sacode a sair do lugar na busca dos nossos objetivos. Isso significa que, quando nos sentimentos desmotivados, o que na verdade nos falta é um motivo que nos leve a agir em busca de algo. Ou, o motivo pode até existir, mas nos falta a clareza sobre ele. E se não há motivo ou se ele ainda não está claro, a gente não age, fato.

Nesse exercício simples eu consegui perceber que o fato de eu estar estagnada no mundo das ideias e postergando diversos textos tem muito a ver com a motivação. Por mais que eu tenha me redescoberto na escrita, uma paixão antiga, tem dias que simplesmente me rendo às a(dis)trações ao redor e mino completamente o motivo para me colocar em ação, canalizando-a para outras atividades. E aí vou seguindo o fluxo e deixando para depois as minhas paixões. Só que o depois nunca chega. Porque depois sempre vem o cansaço, a preguiça, a falta de disposição e vontade, e aí mais uma vez me rendo ao fluxo ao invés de seguir o que fala o coração.

E para voltar ao fluxo da nossa jornada e se desligar do fluxo do mundo, não tem muito segredo, a não ser silenciar o coração e a alma e escutar, com atenção e cuidado, o que grita aqui, dentro da gente. Porque só assim, se aquietando, é que conseguimos nos reconectar com os motivos que nos levam a agir e nos colocar, novamente, em movimento. E não é vergonha nenhuma admitir, pra nós mesmos, o quanto não estamos nos comprometendo com nossos propósitos. Pelo contrário. Faz parte do processo de reconexão reconhecer a falha, entender o que tem levado a desvirtuar do caminho, nos redimir conosco, entender que o erro faz parte do processo, que com ele aprendemos a ser melhores a cada dia. Só isso já é motivo suficiente para reascender a motivação que há dentro de nós e continuar seguindo em frente. Para mim, motivação suficiente para me reconciliar com as palavras. Para deixar fluir as ideias para fora da cachola e deixar transbordar as palavras em forma de texto.

domingo, 12 de abril de 2015

Mudar dói




















Já fazia um tempo que não passava por aqui com tanta frequência. Já devem estar pensando que abandonei o barco, não é verdade? Confesso que essa ideia passou sim pela minha cabeça. E quantas e quantas vezes. E como isso dói no peito e na alma.

A verdade é que, desde que resolvi me aventurar pelo caminho da mudança, na busca de uma vida com mais significado, que unisse em um mesmo propósito todas as esferas da vida - pessoal, emocional, espiritual, profissional - não há um dia sequer em que a ideia de largar tudo e desistir dessa ideia não ronde a minha mente. Não há um dia em que os monstrinhos sabotadores de sonhos não se apoderem dos meus pensamentos. Não há um dia em que eu não sinta a dor que é se manter no caminho da mudança.

É, porque mudar dói. Sair da zona de conforto, se sentir inseguro, se colocar vulnerável, se abrir para o novo é um caminho intenso, confuso e muitas vezes doloroso sim. Ou você acha que basta apenas pensar positivo que tudo simplesmente se resolve e conspira a favor? Não, não mesmo.

Mudar de hábitos, mudar a forma como você vê o mundo não é tão simples assim. É um exercício diário de você contra você mesmo. É um confrontar constante entre o EU que você sempre acreditou ser você (o EU superficial, que mostramos para o mundo) e o novo EU que quer assumir de vez a morada do seu corpo (o EU de verdade, que sempre ficou ofuscado pelo EU que você insistia em mostrar para o mundo).

Quando a gente (re)descobre o nosso EU de verdade, o EU que nos move, que guarda todas as nossas crenças e valores mais profundos e verdadeiros, a alegria invade o nosso ser de maneira avassaladora. A gente quer assumir esse EU de todas as maneiras e abandonar o EU da superfície. E é aí que começa o confronto. Porque quando mergulhamos em nosso interior em busca de respostas, nos encontramos com o que há de mais puro dentro de nós e somos envolvidos com uma energia maravilhosa, que nos faz querer assumir todos os riscos e abraçar novos caminhos e ir de encontro a uma vida que corresponda aos nossos anseios mais verdadeiros.

Mas junto com essa clareza, vem também a dúvida e a incerteza de abandonar tudo aquilo que construímos até aqui para abraçar o novo, pois não sabemos no que resultará essa busca. Dá um medo danado de tudo dar errado, de perdermos tudo, de tudo não passar de um sonho maluco. E é aí que a dor começa a latejar dentro do peito, porque a gente sabe que há uma vontade enorme de mudar, mas há também o medo de agir e vem, junto, a vontade de abandonar o sonho e continuar vivendo a realidade atual, que parece um porto seguro, quando na verdade de seguro não tem nada. A segurança é uma ilusão que criamos para sabotar os nossos sonhos e devaneios.

Nessas horas a gente deve deixar a dor fluir, colocar pra fora. Guardar a dor, fingir que ela não existe só piora as coisas. A gente deve se permitir sentir tudo, seja prazeroso ou doloroso. Quando a gente se permite sentir, a gente enxerga as coisas com clareza, vai no fundo o sentimento e consegue perceber o real sentido de tudo no meio da dor. A gente compreende o que causa o sentimento, o porque dele estar ali, dentro da gente, e consegue se libertar dele para continuar seguindo em frente, apesar de todo o medo, de toda incerteza, de toda insegurança e todo anseio. Porque quando a gente realmente acredita naquilo que buscamos, a gente deixa de sucumbir à dor e passa a enxergá-la como um trampolim para alcançar aquilo que se almeja.

Porque a dor de se manter na zona de conforto e se contentar em ficar imaginando o que poderia ser se a gente tivesse tentado é muito maior e muito mais triste do que a dor que sentimos ao longo do nosso caminho de mudança. Porque essa segunda dor ela consegue nos arrancar sorrisos, ela nos impulsiona a continuar seguindo em frente e ela se torna imensamente pequena quando a gente para de focar na dor e volta o nosso olhar para o nosso caminho e se depara com cada pequeno detalhe, cada pequena conquista alcançada, cada pequeno passo dado. A gente olha pra tudo isso com um orgulho danado e, por isso, segue adiante, porque vale a pena continuar lutando quando temos a certeza de que o caminho escolhido vai de encontro ao nosso propósito e aos nossos anseios mais profundos.

Porque vale a pena enfrentar todas as adversidades quando o que está em jogo é a realização dos nossos sonhos. E se isso implica em mudar o rumo da nossa trajetória, que a gente mude, doa a quem doer. Deixa a dor fluir e segue adiante, mesmo na dor. Porque ao final da trajetória, terá valido a pena cada instante, terá valido a pena acreditar, persistir e confiar no sonho. Acredite!

domingo, 5 de abril de 2015

Que renasça o amor em nós

Serra da Piedade


















Hoje é páscoa. Independente da crença que te move, o fato é que a páscoa traz toda uma aura de recolhimento interior, de reflexão, um estar consigo mesmo, a busca de uma reconexão com o que está dentro de nós.

Um momento em que relembramos o sacrifício de um Homem que deu sua vida por toda a humanidade. Um Homem que, em sua breve passagem por esse mundo, não nos pediu muita coisa, apenas que nos amássemos uns aos outros. 

Às vezes eu olho o mundo ao redor e me bate uma enorme tristeza, porque este ensinamento tão importante parece estar se perdendo em meio a tanta vaidade e egoísmo. As pessoas às vezes brigam por tão pouco, perdem a razão por pequenas coisas, se sentem no direito de maltratar e julgar seus semelhantes, se esquecem que somos todos irmãos, que todos fazemos parte de uma mesma humanidade e, por isso, compartilhamos de uma conexão uns com os outros, que está acima de toda a diversidade que faz com que cada um seja um ser singular e único.

Há momentos em que sofro com a reação incompreensiva do outro. Há momentos em que a incompreensão parte de mim. Porque somos seres que lidam, o tempo todo, com a dualidade que há em nós. O que nos entristece no mundo também está dentro de nós, por mais que a gente insista em pensar que está apenas no outro. Somos seres humanos, somos imperfeitos, somos uma constante evolução.

E por sermos evolução é que ainda acredito na capacidade do ser humano. Acredito que haverá um dia em que viveremos em harmonia, em paz, em comunhão uns com os outros, praticando, diariamente, a cada instante, o ensinamento mais lindo que um Homem nos deixou, a mais de 2 mil anos. Porque eu acredito no poder do amor. Acredito que ele pode, sim, mudar o mundo. Talvez não o mundo inteiro, mas ao menos o mundinho que me rodeia, que está ao meu alcance. 

Porque quando partilhamos o amor, quando deixamos que ele floreça, cedo ou tarde ele retorna para nós e se multiplica ao nosso redor. Quando deixamos emanar o amor que há em nós, as pessoas ao nosso redor se contagiam e levam adiante. 

Que no dia de hoje, e em todos os dias daqui para frente, a sua verdadeira páscoa seja perceber a grandeza desse ensinamento de Jesus, que o amor renasça em seu coração e sua esperança se renove. Que a gente espalhe muito amor por aí e contagie os nossos irmãos. É o meu desejo para hoje e sempre!