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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Acredite em você!
























A gente não tem ideia do que é capaz de fazer, onde pode chegar até o dia que a gente vai e faz. Ontem foi um desses dias para mim. E vou te dizer, foi incrível, emocionante, libertador. Eu já contei aqui que sou ciclista (não por acaso, muitas das fotos que uso para ilustrar os textos do blog tem alguns pedais envolvidos). E ontem, o universo me presenteou com um passeio incrível: saímos de Betim, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, rumo à Lagoa da Pampulha, um dos principais pontos turísticos de BH. Pedalando, gente!

No total, 85 km de pedalada, ida e volta, com direito a volta completa na lagoa. O passeio mais longo que já fiz na vida, por um caminho que percorro, todos os dias, para ir de casa para o trabalho. Hoje, passando por lá de carro, quase não conseguia acreditar nessa insanidade que foi ontem.

Na ida, tudo perfeito, ainda de manhã cedinho, sol entre nuvens, brisa fria pra refrescar o corpo quente. Ao final de um pouco mais de duas horas, chegamos ao nosso destino, a lagoa. Nossa, fiquei em estado de euforia, não conseguia acreditar que tinha chegado ali com a força das minhas próprias pernas, com ar que pulsa em meus pulmões. Foi uma sensação mágica! Percorremos os 18 km da lagoa, me deslumbrei com a paisagem já conhecida, algumas paradas para registrar o momento, abastecer as energias do corpo, sintonizar a mente com a energia do lugar.

Do mirante, vi a cidade, lá longe. Olhei para a imensidão do céu, agradeci a Deus por ter colocado a bike no meu caminho, por ter me apaixonado tanto por esse esporte, pelas pessoas que conheci através da bike. Agradeci por não me deixar abater pelo medo, pelo desânimo, pelo cansaço. Agradeci por acreditar na força que há aqui, dentro de mim, por me deixar conduzir pela minha intuição. Agradeci, agradeci, agradeci.

Na volta, o caminho é ainda mais desafiador. As pernas já doloridas pelo esforço da ida, a água que já não mata mais a sede de tão quente que está, o sol de meio dia que castiga e suga a energia da gente. É sofrido, tem horas que é assustador, parece que é impossível conseguir finalizar. Em alguns momentos, dá vontade de descer da bike, sentar e esperar. É um entrave interno constante. E quando o cansaço parece que vai nos vencer, vem a força, sabe lá de onde, de dentro da gente, nos encorajando a continuar. Vem os amigos mais experientes, com mais resistência, que nos ajudam a subir as ladeiras quando nossas pernas já não aguentam mais. E quando menos se espera, depois de tantas subidas sofridas, chego ao alto do morro e olho pra baixo para o que me espera: uma descida incrível para descansar as pernas, para desfrutar do vento que refresca, para se desafiar e bater a velocidade máxima.

Só mais um pouco, tá chegando o fim da trajetória. Enfim, chego em casa, ainda meio sem entender o que tinha se passado ali. As pernas latejavam, o corpo todo estremecia, a cabeça dolorida, mas lá dentro do peito, uma emoção indescritível. Beto e eu nos olhávamos, a ficha ainda não tinha caído, a gente começou a rir. Era a alegria invadindo a alma da gente, a gratidão por ter vencido o desafio.

E tudo isso só foi possível porque eu acreditei. Mesmo quando disseram que eu era loucura, mesmo quando não acreditaram que seria possível realizar esse feito, mesmo quando duvidaram e acharam que eu não conseguiria, eu simplesmente não dei ouvidos. Eu acreditei em mim, acreditei na minha loucura, acreditei que era possível. Fui lá, com a cara e a coragem e fiz o meu sonho acontecer. E você também pode fazer o sonho acontecer. No trajeto, podem aparecer adversidades, podem haver momentos em que a vontade de desistir é enorme, insuportável, mas se a gente acredita, de verdade, a gente enfrenta tudo, assume a nossa loucura, realiza o impossível e percebe o quanto é capaz de realizar. Acredite!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Um pouco mais de paciência

Pare, olhe, escute. A vida é muito rara pra gente se atropelar pela pressa.





















Nesses tempos de tanta urgência, de tanta pressa e correria, um pouco mais de paciência é sempre muito bem vindo. Talvez você venha me dizer, impaciente, "nossa, mas já estou cansado(a) de esperar, o que mais eu preciso fazer para que as coisas comecem a acontecer" e eu te digo, mesmo que você fique contrariado(a), "ter um pouco mais de paciência talvez seja o que você precisa".

A verdade é que, em meio a tanta urgência que nos é exigida o tempo todo, a gente vai se esquecendo, pouco a pouco, que muitas vezes é preciso esperar para que nossas ações comecem a dar resultado. Estamos tão contaminados pelo imediatismo, pela "necessidade" de querer que tudo se resolva na hora que a gente quer, que a gente simplesmente não tem paciência pra ficar esperando.

E por não ter paciência é que, muitas vezes, iniciamos tantos projetos e os deixamos pela metade. Quando a gente começa algo, a gente espera que o resultado venha na velocidade da luz. E quando ele não vem, a gente simplesmente abandona e se justifica que não deu certo porque a gente não é capaz, porque aquilo não é pra gente, que não era pra ser. Mas será mesmo?

Eu acredito muito em destino, que cada um de nós está predestinado a cumprir uma missão nesse mundo. Acredito, de verdade, que quando algo é para ser nosso, não há nada nem ninguém que possa tirar isso de nós. Só que é preciso entender que o destino não é algo que vai chegar a nós se a gente ficar aqui, paradinho, que se está predestinado a acontecer, eu não preciso fazer nada sobre isso. Não é bem assim. As coisas somente acontecem quando a gente busca, quando a gente faz por onde, quando a gente se movimenta e age para que as coisas aconteçam.

E é aí que entra a nossa amiga paciência. Imagine que você tem o objetivo de chegar no alto de uma montanha muito grande. No início, você se empolga todo, já começa a imaginar que incrível vai ser a vista ao chegar lá em cima e toma aquele fôlego para começar a caminhada. Aí, nas primeiras horas de caminhada, você olha lá pra cima, bate um desânimo que vem sabe lá de onde e fala pra você mesmo "nossa, vai demorar dias pra eu conseguir chegar lá no alto, eu devo estar ficando maluco de querer fazer isso. Não vou conseguir fazer isso, nossa, eu não tenho paciência para ficar caminhando por tanto tempo. Não tem um jeito mais fácil de chegar lá em cima? Ai, acho que vou voltar enquanto ainda é tempo".

Agora pensa em tantos projetos que você já iniciou nessa vida e quantas vezes você se viu diante do resultado esperado que não chega e já não se colocou na mesma posição de quem olha para o alto da montanha e desiste nas primeiras horas de caminhada, porque vai demorar muito, porque você quer um meio mais rápido de chegar ao final... É isso que acontece quando a gente perde a conexão com a tão necessária paciência.

Agora vou te propor mais um exercício consigo mesmo. Olha pra trás, visualiza tudo o que você já fez nessa vida e que te levaram a ser tudo o que você é hoje. Pensa nos conhecimentos que você acumulou, por exemplo. Você conseguiu aprender tudo o que sabe hoje em uma sentada, ou precisou ler muitos livros, viver muitas experiências, até levar alguns tombos em alguns momentos, para que você saiba tudo o que sabe hoje? Pensa nos seus amigos, mas aqueles de verdade, nos quais você pode confiar de olhos fechados. Bastou uma única conversa para que vocês se tornassem amigos pra vida inteira, ou exigiu um cuidado mais atencioso, uma convivência mais intensa para conhecer o outro em profundidade, conversas e mais conversas para amadurecer o sentimento entre vocês e gerar a confiança um no outro, a ponto de confidenciar segredos, de dar conselhos, de ouvir críticas, de aceitar o aquilo que não gosta no outro?

Eu poderia dar mais tantos outros exemplos, mas acho que esses deixam claro pra gente que, resultados, para serem duradouros, exigem tempo, esforço, perseverança, paciência e espera. Mas não é uma espera passiva, em que ficamos simplesmente sentados esperando que as coisas aconteçam sozinhas. Pelo contrário, a espera tem que ser ativa, enquanto esperamos os resultados, a gente tem que ir plantando as sementes, regrando, podando, até que os frutos estejam maduros para serem colhidos e saboreados no tempo certo. Durante a espera, se permita curtir cada passo dado. Vibre por cada desafio vencido, por cada pequena conquista alcançada. Entenda que cada passo, por mais pequeno que possa parecer, é fundamental para fortalecer o seu espírito ao longo da sua trajetória e te tornar cada vez mais forte e confiante para continuar seguindo, pacientemente, em busca do seu destino.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Cuide do seu jardim

Foto: Folhagens que compõem a obra jardim de narciso, no Inhotim























Fico me perguntando, por que às vezes a gente é tão duro com a gente mesmo?

A gente se maltrata tanto e nem se dá conta... Quantas vezes a gente desiste do sonho por achar que não é capaz? Quantas vezes nos acomodamos a uma determinada situação em nossa vida, mesmo que estejamos infelizes, pelo fato de acharmos que estamos seguros assim? Quantas vezes deixamos de lado um desejo de mudança, por temer que tudo dê errado? Quantas e quantas vezes deixamos de ser nós mesmos, por vergonha do que os outros vão pensar de nós?

E por sermos assim tão duros com a gente mesmo, a gente se sufoca, se enclausura e não se permite viver o que acreditamos e sonhamos. Não acreditar em nossa capacidade, ter medo de perder a segurança, medo de dar errado, sentir vergonha de si mesmo, são sentimentos que existem dentro de nós, afinal, somos humanos e tendemos a questionar a possibilidade do novo por esse viés e não há nada de errado nisso. Mas se a gente não cuidar e se deixa dominar por esses sentimentos, eles se tornam verdadeiras ervas daninhas, capazes de nos enfraquecer e murchar as flores do jardim do nosso coração. E flores murchas não alegram a vida.

Eu te faço um convite. Cuide do seu jardim, deixe-o florir e colorir a sua alma e o seu coração. Quanto às ervas daninhas, elas sempre vão existir aí dentro, a gente não consegue eliminá-las, mas podemos combatê-las com boas doses de um adubo poderoso: o amor próprio. Ame-se, cuide do seu jardim.

Porque a gente é capaz sim de realizar. Basta você olhar pra trás e ver todo caminho que você já trilhou para chegar onde está hoje. Se você chegou aqui, enfrentando todas as suas batalhas, e conseguiu manter vivo o seu jardim, você pode ir sempre além. Sempre há novas flores para plantar, sempre há sementes para semear e regrar, sempre há mudas novas para transplantar.

Porque a gente não precisa e nem merece viver infeliz. A gente não precisa aceitar uma situação em nossa vida só porque parece ser seguro e, além do mais, segurança mesmo a gente nunca tem. Porque viver é arriscar, é colocar fé naquilo que a gente acredita mesmo sem saber o fim que vai dar, é seguir adiante e perseverar, mesmo quando ninguém mais nos apoiar. Porque quando a gente semeia sementes em nosso jardim, muitas vezes a gente nem sabe como serão suas flores, mas mesmo assim, a gente coloca fé e cuida com carinho e afeto, para que cresça e floresça lindamente, trazendo alegria para nosso jardim.

E, acima de tudo, a gente não precisa se envergonhar daquilo que a gente é só para agradar o mundo ao redor. Porque quando a gente se limita, a gente não é livre para trilhar o nosso caminho. Assumir a nossa jornada é assumir aquilo que somos, sem máscaras, sem ressalvas. É deixar florescer em nosso jardim as qualidades de flores que formam a nossa identidade, que nos fazem únicos no mundo. Porque quando a gente poda flores essenciais apenas para conviver bem com o mundo, a gente se fecha para a pessoa mais importante: nós mesmos.


Por isso, cuide do seu jardim, especialmente das flores que são a sua marca, que refletem a sua essência com toda intensidade, e semeie pelo mundo aquilo que você tem de melhor.