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sábado, 31 de janeiro de 2015

Quando a mudança acontece
























Hoje o texto tem um sentimento todo especial. Faz um mês que tomei a decisão de mudar a minha maneira de ver e viver a vida. Um mês que iniciei todo esse movimento aqui, concretizado nas páginas do Renascer um novo Eu. Um mês intenso em todos os sentidos: de muito aprendizado e crescimento pessoal, de muita entrega minha em todos os meus texto (mesmo que não tenha sido na frequência que, inicialmente, eu esperava ter), mas também um mês de muitos questionamentos, muitas lutas internas, muitos momentos de reflexão solitária.

A verdade mesmo é que quando a gente decide que quer dar um rumo diferente pra nossa vida, o começo sempre tem aquele gostinho de empolgação, de pique total, quando queremos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para que as coisas aconteçam. Só que, com o passar dos dias, naturalmente a empolgação inicial da novidade dá lugar à rotina e, se a gente realmente não estiver em profunda sintonia com esse propósito de mudança, a gente corre um risco muito grande de cair na armadilha do desânimo e a voltar, outra vez, para o estágio anterior ao desejo de mudança, desistindo de tudo na primeira dificuldade que aparecer pelo caminho.

E isso já aconteceu comigo em diversos outros momentos. Toda vez que eu firmava comigo mesma iniciar uma mudança, começar um novo projeto pessoal, eu passava por esse estágio da empolgação e, no final, a coisa não fluía, simplesmente não vingava e eu me via de novo, de volta a estaca zero. Lembro claramente do Beto me dizendo várias vezes, sempre que eu surgia com uma ideia nova: "Adri, você vai começar e não vai dar continuidade nisso, igual das outras vezes... já reparou que está sendo sempre assim? No meio do caminho você pega e desiste."

E era exatamente isso o que acontecia. E sabe por que? Porque para as coisas fluírem, é preciso ter consistência entre aquilo que você é e aquilo que você se propõe a fazer. E para que haja consistência, é preciso, antes de mais nada, se autoconhecer, entender o que se passa dentro de nós mesmos. E é aí que eu caía na armadilha. Por não conhecer, com clareza, aquilo que eu realmente queria para mim, eu não conseguia dar continuidade a nenhum projeto que eu tentasse começar, simplesmente porque faltava essa conexão fundamental com a minha essência, com os meus desejos mais profundos.

E, ao longo de todo esse mês com o blog no ar, que é o meu projeto pessoal ao qual estou me dedicando com todo o carinho que há dentro de mim, olha, foram muitas as vezes em que eu me peguei com um desejo danado de abandonar tudo. Muitas as vezes em que questionei a mim mesma que não valia a pena ficar perdendo tempo com isso, que isso não ia dar em nada. E dessa vez, eu lutei bravamente contra esses sabotadores internos que, vira e mexe, vem nos atormentar e, sabe por que? Porque agora, pra mim, existe uma clara conexão entre o meu projeto e aquilo que o meu EU mais profundo deseja, porque eu tenho dentro de mim um desejo intenso de impactar outras pessoas com a minha mensagem, porque eu quero deixar a minha marca no mundo. E através dos meus textos, acho que estou conseguindo, mesmo que de forma ainda tímida, a começar esse movimento.

Nossa, incrível como um único mês conseguiu significar tanta coisa. Pode parecer pouco, mas para mim representa um mês que valeu mais que um ano inteiro. Trinta dias em que me esforcei continuamente para me manter firme em meu propósito de viver um dia de cada vez, sem correrias e atropelos; em que consegui visualizar, claramente, que quando a gente se entrega de verdade e faz as coisas no embalo do coração, a mudança é real. E, não poderia deixar de dizer, um mês que me mostrou tantas pessoas incríveis e especiais eu tenho ao meu redor. Pessoas que gastaram um pouquinho do seu tempo para dar atenção ao que eu escrevo, pessoas que me encorajam com suas palavras de incentivo, pessoas que demonstram sua gratidão por verem sentido em algo que eu escrevi e que impactou, de alguma forma, a sua maneira de pensar sobre determinado aspecto da vida.

Não tem retorno mais incrível que esse. E é por cada um de vocês que eu vou permanecer firme nessa jornada de entrega e amor, compartilhando minhas experiências, minhas vivências, minhas inspirações. A vocês, toda minha gratidão! <3

domingo, 25 de janeiro de 2015

Empreenda sua própria vida

Defina o seu destino, escolha o seu caminho, aproveite cada instante do percurso, empreenda sua própria vida.




















Empreender. Dar princípio a. Intentar. Decidir-se a. Procurando no dicionário sinônimos para essa palavra, que costumamos de maneira tão forte traduzir como algo inalcançável, acessível a pessoas "iluminadas" por um espírito empreendedor, encontrei essas três sugestões. Aqui, inverto a ordem de aparição do dicionário, para clarear o entendimento.

Intentar. A intenção de fazer algo, ainda o mundo das ideias difusas e complexas, onde nada é muito claro. Embora haja a intenção, pode ser que ainda não se tenha a menor ideia de onde começar. É preciso organizar as ideias para facilitar o seu entendimento.

Decidir-se a. A ideia toma forma mais clara, possibilitando traçar objetivos e definir caminhos. Com maior noção de onde se quer chegar, é possível tomar a decisão.

Dar princípio a. Transformar a decisão em ação, dar o pontapé inicial que fará o sonho acontecer e se tornar realidade.

Visualizando o meu próprio processo de mudança, percebo que essas três fases, se é que posso chamar assim, são extremamente importantes para que empreender seja possível. Nesse momento você pode me perguntar: mas, afinal de contas, o que é que você está empreendendo, que processo é esse que você tanto fala? Eu te digo então, que estou empreendendo nada mais do que a minha própria vida.

Sim, é isso mesmo. Voltando um pouquinho na minha história, para contextualizar, nos últimos anos eu vinha me sentindo muito infeliz com a minha vida, de modo que eu não conseguia enxergar propósito algum em nada que eu estivesse fazendo. Estava vivendo no piloto automático, numa rotina desgastante casa-trabalho-trabalho-casa que a única coisa que eu conseguia visualizar nos meus dias era o quão mais próximos estavam do final de semana.

O final de semana chegava, se acendia uma pequena fagulha de alegria. Mas era só ele terminar e meu tormento começava outra vez. Até que me cansei de ficar me lamentando por aí e percebi que não dava para continuar assim, que eu precisava fazer algo sobre isso, ou poderia se tornar uma patologia crônica, de verdade. Eu não queria apenas sobreviver, que era o que eu estava fazendo até então. Eu queria mais, queria viver. Não dava pra ficar só esperando o final de semana chegar para que viver fosse possível. Mas como eu poderia tornar a minha semana útil tão satisfatória e proveitosa quanto os fins de semana?

Aí surgiu a minha intenção: eu queria muito tornar todos os meus dias com gostinho de final de semana, eu queria que os sete dias da minha semana fossem dias prazerosos, mesmo com a rotina pesada de trânsito e trabalho. Mesmo não sabendo bem como eu faria isso, fui buscando, trilhando pelo caminho do autoconhecimento, até que consegui encontrar uma luz no fim do túnel: para que eu conseguisse fazer da minha semana uma jornada incrível, fazendo de todos os dias, inclusive as tão temidas segundas-feiras, dias intensos e cheios de experiências que proporcionassem sentimentos positivos, eu comecei a me lembrar de tudo aquilo que realmente me faz sentir viva e pactuei comigo mesma que introduziria, no meu dia a dia, uma pitada desses pequenos prazeres.

Da intenção, passei à decisão de mudar a minha rotina, mesmo que com pequenas doses, mas que com toda certeza fariam a diferença. E então, comecei a agir. Tirei meus textos da cabeça, comecei a escrever no papel, como se fosse um diário, e a vontade de compartilhar era tanta que decidi começar esse blog. Voltei a rotina de pedais junto com o Beto, introduzindo alguns dias à noite durante a semana. Iniciei uma nova relação com a comida, alimentando-me com mais consciência do que realmente faz bem para o meu corpo e mente. Voltei a buscar conhecimento de forma autônoma, seja nos livros ou em blogs de pessoas que me inspiram. Voltei a cuidar com mais carinho e esmero da minha casa, me dedicando mais aos afazeres domésticos.

E com essas pequenas atitudes, tenho criado novos hábitos na minha rotina, que tem me proporcionado viver de forma mais plena e consciente, a buscar aquilo que condiz com minha verdade, com a minha essência, me reconectando com o meu eu que estava por aí, perdido. E posso dizer que meus dias hoje realmente valem a pena. E aqui não estou falando de perfeição, de forma alguma. Estou falando de buscar um propósito, todos os dias, de fazer cada dia valer a pena, de ser grato por mais dia em nossas vidas para poder trilhar os caminhos que levam aos nossos sonhos e objetivos. Cada dia é um presente e assim deve ser aproveitado. E o resultado de cada dia, seja ele bom ou ruim, é um aprendizado.

E por tudo isso, digo que comecei a empreender a minha própria vida, que parei de ficar esperando que o milagre aconteça e comecei a trilhar o meu caminho, cheio de propósito. E não há empreendimento mais valioso que a nossa vida. Somos todos empreendedores natos, empreender não é reservado apenas a uma minoria iluminada, porque iluminados todos nós somos. Acredite que há um espírito empreendedor dentro de você, espírito capaz de te inspirar, de te fortalecer, de te impulsionar, e vá em busca do que te faz pleno e inteiro. Empreenda a sua própria vida, todos os dias.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Sobre vencer o medo

Vista do alto da Serra do Rola Moça. Um dos passeios de bike mais incríveis que eu já fiz. Eu fui, mesmo morrendo de medo de não dar conta, de não conseguir chegar até o fim. Encarei o medo e a recompensa: essa vista incrível! :)























Se tem um sentimento nessa vida que é capaz de nos paralisar totalmente no caminho pela busca dos nossos sonhos, esse sentimento é o medo. Ele funciona como uma autoproteção, acionado sempre que nos sentimos em uma situação de perigo. A questão é que entre proteger e aprisionar há uma linha tênue e quando deixamos o medo dominar a nossa mente a ponto de controlar as nossas ações e emoções, a gente se aprisiona dentro de nós mesmos.

O medo pode estar relacionado a diversos fatores. Ele pode ser fruto de uma experiência traumática. Por exemplo, imagine uma criança que é apaixonada por cachorros e, certo dia, brincando com um, acaba sendo atacada. É bem provável que essa criança passe a sentir medo quando ver um cachorro, pois passará a associar o animal a uma experiência dolorosa, concluindo que todos os cachorros são perigosos e vão lhe fazer mal.

Outro gatilho para o medo é uma experiência nova. A gente tende a temer o novo, a mudança, justamente por não sabermos ao certo qual será o resultado obtido. O desconhecido, a primeira vista, nos assusta e muito. Mas se não dermos uma chance para o novo, jamais saberemos o que poderia ser ou deixar ser.

Eu identifico ainda um terceiro fator que pode gerar em nós o sentimento de medo: a experiência do outro. Sim, a gente tende a se basear muito na experiência e nos relatos do outro para nos posicionarmos diante de determinadas situações. Não que isso seja ruim, muito pelo contrário, é sempre bom ouvir conselhos quando temos dúvidas sobre determinada situação. A questão é até que ponto consideramos a visão do outro nas nossas tomadas de decisão, se a opinião do outro nos ajuda a confirmar as nossas convicções ou se funciona como um sabotador, se sobrepondo à nossa própria visão.

E aí são duas situações: confiamos na experiência do outro porque ele passou por uma situação traumática e acreditamos que aquilo também poderá acontecer conosco ou porque não nutrimos em nós mesmos confiança suficiente a ponto de romper as barreiras que nós mesmos criamos em relação ao que os outros vão pensar de nós. Em ambos os casos, o sentimento dominante é o medo. Medo de não gostar da experiência, medo da decepção, medo de não dar certo, medo de se arrepender, medo da reprovação.

E de tanto sentir medo, a gente acaba deixando de viver. Eu mesma posso dizer que já deixei de fazer muitas coisas em função do medo. Quanto tempo deixei meus textos guardados com medo de não ser lida? Quanto tempo vivi com medo de tirar minha habilitação porque achava que jamais seria capaz de dirigir? Quantas vezes desci da bicicleta diante de uma descida mais íngreme por medo de cair? Quanto tempo esperei para visitar um destino que eu sempre quis porque os outros diziam que o lugar era perigoso, que eu não ia gostar?

Até o dia em que resolvi dizer não para meus medos e sim para as experiências que me esperavam lá fora. Lancei o blog, tirei minha habilitação, desci muitos morros sobre a bike, visitei o destino que eu tanto queria. E o que eu fiz com o medo? Simplesmente aprendi a conviver com ele, porque a verdade mesmo é que o medo sempre vai estar ali, cumprindo a sua função de nos alertar. Cabe a nós decidir se quem vencerá essa briga dentro de nós será o medo ou a coragem. E quando quem vence é a coragem, pode ter certeza que viver se torna uma aventura incrível, repleta de histórias pra contar. Que o medo seja do desconhecido seja seu impulso para desbravar novas possibilidades.



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

O dia que a inspiração não veio

Quando a inspiração dá seus sumiços, pare alguns instantes, aprecie a beleza escondida na simplicidade das coisas,





















Eu já esperava que um dia isso fosse acontecer, aliás, acredito que não há quem não passe por isso com certa frequência nesses tempos frenéticos em que vivemos. Ontem eu tinha me programado para escrever (já tinha definido que as terças, as quintas e os domingos seriam dias de postagem no blog, a fim de manter uma rotina).Mas, quando a inspiração não vem e a gente tá sem energia, não adianta a gente ficar martelando na frente do computador, o texto não sai, de jeito nenhum. E quando sai, geralmente vem só um emaranhado de ideias soltas e sem sentido.

Ontem teria sido um dia como outro qualquer, sem nenhum imprevisto ou acontecimentos especiais. Acontece que resolvemos voltar ontem à rotina de pedal, considerando que há meses a gente tem negligenciado isso em nosso dia a dia. A falta de disposição era tamanha, que nem nos finais de semana, que eram dias sagrados de pedal, a gente tava se animando mais.

Aí, é aquela história, a gente começa a querer encontrar desculpas pra tentar se justificar: é a falta de tempo, é o calor, é o cansaço. Talvez alguns desses motivos até nem sejam desculpas mesmo, de verdade. Mas mesmo que sejam realidade de fato, o que a gente não pode é se deixar vencer por essas variáveis, porque elas sempre estarão presentes em algum momento, tentando roubar a nossa energia, o nosso ânimo e a nossa vontade de viver a vida com intensidade.


E é aí que entra a nossa escolha. Porque só depende de nós mesmos decidir se vamos continuar nos entregando às adversidade que aparecem no caminho ou se vamos levantar a cabeça, sacudir a poeira e fazer algo para virar o jogo e encontrar o ânimo perdido. E ontem foi o que aconteceu, a gente simplesmente decidiu dizer não para a preguiça e dizer sim para o movimento. Saímos para pedalar.

Tudo bem, a gente voltou mega cansado de um pedal curto (o preço que se paga por ficar tanto tempo parado), o cansaço roubou completamente a minha inspiração para escrever ou fazer qualquer outra coisa que não fosse cair na cama e apagar, ficamos hoje o dia todo com a sensação de esgotamento físico, mas tenho que dizer, a satisfação por estar caminhando rumo a retomada dessa rotina é maior que qualquer cansaço e um estímulo para seguir em frente. Que assim seja! :)

E o que eu quero dizer com tudo isso? Bom, nem todos os dias são perfeitos, nem sempre as coisas vão sair conforme planejamos, a inspiração talvez nos traia naquele dia e não dê o ar de sua graça. Mas, não tem problema, a partir do momento que a gente toma consciência de que a perfeição é uma ilusão e que planejamento não é camisa de força, a gente simplesmente entende que um novo dia virá e que nele a gente terá oportunidades incríveis de realizar o que a gente sonhar. Talvez basta apenas uma boa noite de sono, um banho relaxante, um café da manhã energizante para que as ideias entrem nos eixos e a inspiração flua. Porque a vida é isso, a gente pode recalcular a rota, rever o planejamento, mas o sentido do fluxo é seguir em frente, sempre.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Deixa que digam, que pensem, que falem

Foto: Adalberto Ferreira
A gente só precisa estar bem com a gente mesmo e alinhado com a nossa essência. Deixa ser aquilo que se é.






















No embalo do eterno Jair Rodrigues, que sempre me inspira com esses versos simples, versos que sempre trago a tona quando preciso me libertar da minha prisão particular: me preocupar demais com o que os outros vão dizer, pensar ou falar.

É incrível como a gente se deixa abalar tanto assim com opiniões alheias. A gente sempre se pega fazendo algo de determinada maneira porque alguém disse que deve ser feito assim - mesmo que, no fundo, no fundo, a gente não acredite que deva ser assim -, ou deixa de fazer tanta coisa nessa vida porque alguém pode não gostar ou pode te julgar por isso. Se a gente se deixar sempre levar por esse pensamento, chega uma hora que a gente simplesmente se perde de nós mesmos e passa a viver e fazer não aquilo que a gente quer e sonha, mas sim aquilo que alguém espera de nós, atendendo expectativas que não são as nossas, mas a dos outros.

Será que vale mesmo à pena deixar de viver a nossa vida do jeito que a gente quer e deseja para viver em função do que os outros vão dizer ou pensar?

O fato é que, não importa onde a gente esteja, sempre vai ter alguém para nos desencorajar, para nos dizer para não fazer isso ou aquilo porque não vai dar certo, porque ninguém vai gostar. Mas, se a gente mudar o nosso foco, se a gente começa a olhar por outro prisma, tenha certeza que pelo caminho também sempre haverá alguém que fará exatamente o contrário, que vai nos dar toda força do mundo e nos apoiar nas nossas escolhas e decisões.

A verdade mesmo é que a gente não precisa do aval de ninguém para fazer as coisas acontecerem em nossa vida. A gente só precisa querer, mas querer mesmo, com toda força da nossa alma, e agir para que as coisas aconteçam. Pode ser que não dê certo, mas também pode ser incrível. Você só vai descobrir se tentar.

Enfrenta o seu medo, mostra pra ele que sua vontade e sua coragem são maiores que ele e vai! Se agarre ao seu sonho, se agarre àqueles que lhe dão força e que acreditam em você, se agarre à sua essência e ao que você é, se agarre em sua fé em si mesmo e vá ao encontro do que é seu, do que está guardado para você.

E se alguém tentar te desencorajar pelo caminho, deixa que digam, que pensem, que falem.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sobre as crianças e as pessoas grandes

Foto: uma bonequinha muito querida, que mamãe me deu de presente no meu último aniversário. Dizem que, para os nossos pais, nunca deixamos de ser crianças. Dizem também que a gente devia sempre ouvir os nossos pais! :)







Recentemente, minha sobrinha do coração me apareceu com um livro que encheu meus olhos de brilho. Era O Pequeno Príncipe. Ela o estava lendo para fazer um trabalho da escola. Comecei a foleá-lo ali mesmo, na mesa da copa, e logo nas primeiras páginas me encantei absurdamente pela história e fiquei me perguntando como é que fiquei tanto tempo sem conhecer essa história fascinante...

Até então, a única frase que dele conhecia era a famosa "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Passou um tempo desde esse dia e, só agora, de fato peguei o livro emprestado e devorei cada página com muita atenção e carinho e, no fim, entendi porque eu não o tinha encontrado antes. Porque simplesmente eu não teria entendido com a mesma intensidade, por não ter ainda vivido o momento que estou vivendo hoje, e como sou grata por isso e pela perfeição do Universo que faz com que tudo aconteça a seu devido tempo.

Explico: quando a gente passa por esse processo de introspecção, de olhar para dentro de si para buscar respostas para nossas angústias, para reencontrar o nosso verdadeiro EU, umas das coisas mais maravilhosas é o retorno das memórias da infância. Falo não das vivências da infância, mas sim do jeito de ser da criança.

E a gente compreende que, para entender o que se passa ao redor com profundidade, é preciso colocar as nossas lentes de criança, se colocar diante do mundo como quem acaba de abrir os olhos e começa a tateá-lo pela primeira vez, fazendo de cada experiência uma descoberta incrível, se maravilhando com cada detalhe, se deixando cativar pelos desenhos das nuvens no céu, pelo formato das árvores quando olhadas contra a luz do sol, pelo assovio do vento ao pé do nosso ouvido, pelo brilho das estrelas que iluminam a escuridão da noite. Porque só as criança conseguem perceber toda essa riqueza ao redor, toda a criatividade que emana da simplicidade das coisas.

Porque se a gente olha com o olhar de pessoas grandes, simplesmente não se consegue enxergar essas coisas. As pessoas grandes se deixam envolver pela dureza, pela seriedade, pela necessidade de exatidão das coisas e, com isso, perdem o brilho no olhar e a capacidade de sonhar e imaginar além do mundo concreto. As cores que antes viam quando crianças se desbotam e viram tons de cinza quando adultas. E vagar por um mundo em que só se vê tudo cinza é muito triste e solitário.

Mas não precisa ser assim. Pessoas grandes podem reencontrar suas crianças. Basta olhar para dentro de si, buscar lá no fundo o que faz o coração bater mais forte e os olhos cintilarem de alegria. Quando a gente reencontra a nossa criança, a gente simplesmente se alinha com o nosso propósito, porque crianças sabem o que procuram, e por saberem, simplesmente são livres para trilhar o caminho que quiserem e sonharem.

E para quem ainda não leu O Pequeno Príncipe, ou mesmo para quem já leu quando criança, fica o convite para (re)descobrir essa história linda e encantadora e entender a lição que esse principezinho deixa para nós, pessoas grandes. Liberte a criança sonhadora que existe em você. Sei que ela está aí, em algum lugar, só esperando ser despertada para te cativar e te encorajar a desbravar o mundo!

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Driblando a procrastinação

Foto: minha, não lembro onde foi tirada, sei só que sou admirada pelo pôr do sol.





























De uns tempos pra cá, essa palavra vinha se tornando cada vez mais comum no meu dia a dia, a procrastinação. Na minha agenda de trabalho, uma lista absurda de atividades que parecia nunca chegar ao fim. No meu lar, não havia listas, mas a desordem estava ali pra quem quisesse ver e eu, num simples movimento, dizia para mim mesma todo santo dia: amanhã eu arrumo isso. Só que o amanhã nunca chegava.

E assim eu ia levando os meus dias, sempre adiando tarefas importantes, encontrando milhões de distrações para não fazer o que tinha que fazer naquele momento, sempre esperando por um dia em que estivesse mais disposta, mais animada, mais inspirada... e aí, é inevitável a sensação de fazer, fazer e fazer e, no final, não conseguir enxergar resultado de fato. Os dias passam a se arrastar, a produtividade dá lugar a uma total perda de foco e no fim, o desespero toma conta e a gente não sabe como sair dessa armadilha que a gente mesmo criou.

Eu fiquei um bom tempo nessa inércia, perdida em alguma dimensão do tempo e espaço. E até perceber e admitir para mim mesma que as coisas não estavam bem e eu precisava fazer algo sobre isso, levou um bom tempo. O processo é doloroso. Você se auto-sabota o tempo inteiro, nega para si mesmo que aquilo esteja acontecendo e tenha chegado a um nível crítico que exija uma atitude libertadora.

Até que a libertação vem no lampejo mais simples e você entende que, para driblar a procrastinação, o deixar para depois, você só precisa fazer e pronto. Sim, simples assim mesmo. E assim tenho feito: minha lista interminável de atividades na agenda agora é mais palpável. Para cada dia estabeleço tarefas e simplesmente vou lá e faço, sem pestanejar, sem pensar se estou num bom momento. Porque no meio do processo de fazer, a inspiração simplesmente acontece, simples assim. E se naquele dia alguma tarefa deixou de ser feita, ela já passa a prioridade no dia seguinte, e assim vai seguindo, e assim uma nova lista vai surgindo todo dia e a monotonia dá lugar a uma mente produtiva, onde a lamparina está acesa para que as ideias possam fluir livremente.

No meu lar, tenho me esforçado ao máximo para não deixar a bagunça voltar a fazer morada. Se tem louça suja, lavo. Se tem roupa no varal seca, guardo. Se o chão está sujo, limpo. Se vi algo fora do lugar, arrumo. E assim a ordem vai surgindo. Claro que não é a ferro e fogo, sempre haverá um dia em que não estou tão disposta assim e não quero me ater àquela atividade. Mas que seja um ato consciente, que eu saiba que cedo ou tarde vou ter que lidar com isso, então não adianta fugir da responsabilidade.

Entre a vontade e a realização só existe a nossa ação. Então, vai lá, faça, mesmo se estiver cansado, mesmo se não estiver num bom momento, mesmo se a atividade for chata, mesmo que gaste muito tempo, não importa, faça, faça e faça. Com o tempo isso vira hábito e você percebe o quão simples a vida pode ser se a gente estiver disposto a simplesmente fazer aquilo que temos que fazer. O que era obrigação sendo adiada para outro dia, vira satisfação ao ver o resultado da nossa obra.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Persistir, mesmo diante das adversidades

Foto: uma tarde de domingo em 2008, no Parque Ecológico da Pampulha,


Era manhã de domingo. Ela pulou da cama logo cedo, pois tinha uma missão muito importante naquele dia. Tomou seu banho, vestiu sua melhor roupa, tomou seu café com calma e serenidade. Antes de sair, pegou o seu livro sagrado, uma Bíblia, a grande aliada na sua missão. Pediu ao Criador que a iluminasse naquele dia, para conseguir levar às famílias da vizinhança a Palavra do Senhor.

E lá saiu ela pelas redondezas, com seu livro sagrado sob o braço, ao lado de uma companheira, batendo de porta em porta, solicitando apenas um minuto da atenção. Ao soar da campainha, muitos antes de atender, olham pela fresta da janela para ver quem é, como aconteceu na primeira casa. Por ser domingo de manhã, os moradores já suspeitam e confirmam do que se trata: testemunhas de jeová à sua porta. Simplesmente não querem ser incomodados e não atendem.

Ela insiste mais um pouco naquela casa e, ao ver que não será atendida, pensa, "ah, não deve ter ninguém em casa. Mas não tem problema, na próxima semana eu tento novamente" e segue para a próxima casa daquela rua. Soou a campainha. Após alguns instantes, aparece uma senhora no portão que, muito gentilmente, escuta as palavras da menina. Ah, como ela ficou alegre por ter sido atendida e por ser mensageira da palavra de Deus para aquela senhora. Ela abre o livro, escolhe um versículo do evangelho, lê calmamente e discute com a senhora. Ao final, entrega um folheto, agradece à senhora por tê-la recebido em seu lar e despede-se pedindo que Deus a abençoe.

E assim ela segue durante aquela manhã e creio que, ao final do seu dia, ela deve receber mais portas na cara do que recepções gentis. Mesmo com o saldo negativo, ela chega em casa, agradece ao Criador pela missão que lhe foi dada e, por acreditar nessa missão, continuará o seu caminho de pregação na próxima manhã de domingo.

Que assim sejamos diante de nossos sonhos e objetivos: movidos por uma fé que seja capaz de superar toda e qualquer adversidade que possa surgir no caminho. Que uma crítica, uma porta na cara, uma risada cheia de ironia não sejam capazes de abalar a nossa fé em nós mesmos, mas que, ao contrário, nos fortaleçam. Porque se a gente acredita de verdade, sempre valerá à pena insistir, persistir e realizar! O sol brilha para todos! :)