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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sobre as crianças e as pessoas grandes

Foto: uma bonequinha muito querida, que mamãe me deu de presente no meu último aniversário. Dizem que, para os nossos pais, nunca deixamos de ser crianças. Dizem também que a gente devia sempre ouvir os nossos pais! :)







Recentemente, minha sobrinha do coração me apareceu com um livro que encheu meus olhos de brilho. Era O Pequeno Príncipe. Ela o estava lendo para fazer um trabalho da escola. Comecei a foleá-lo ali mesmo, na mesa da copa, e logo nas primeiras páginas me encantei absurdamente pela história e fiquei me perguntando como é que fiquei tanto tempo sem conhecer essa história fascinante...

Até então, a única frase que dele conhecia era a famosa "tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas". Passou um tempo desde esse dia e, só agora, de fato peguei o livro emprestado e devorei cada página com muita atenção e carinho e, no fim, entendi porque eu não o tinha encontrado antes. Porque simplesmente eu não teria entendido com a mesma intensidade, por não ter ainda vivido o momento que estou vivendo hoje, e como sou grata por isso e pela perfeição do Universo que faz com que tudo aconteça a seu devido tempo.

Explico: quando a gente passa por esse processo de introspecção, de olhar para dentro de si para buscar respostas para nossas angústias, para reencontrar o nosso verdadeiro EU, umas das coisas mais maravilhosas é o retorno das memórias da infância. Falo não das vivências da infância, mas sim do jeito de ser da criança.

E a gente compreende que, para entender o que se passa ao redor com profundidade, é preciso colocar as nossas lentes de criança, se colocar diante do mundo como quem acaba de abrir os olhos e começa a tateá-lo pela primeira vez, fazendo de cada experiência uma descoberta incrível, se maravilhando com cada detalhe, se deixando cativar pelos desenhos das nuvens no céu, pelo formato das árvores quando olhadas contra a luz do sol, pelo assovio do vento ao pé do nosso ouvido, pelo brilho das estrelas que iluminam a escuridão da noite. Porque só as criança conseguem perceber toda essa riqueza ao redor, toda a criatividade que emana da simplicidade das coisas.

Porque se a gente olha com o olhar de pessoas grandes, simplesmente não se consegue enxergar essas coisas. As pessoas grandes se deixam envolver pela dureza, pela seriedade, pela necessidade de exatidão das coisas e, com isso, perdem o brilho no olhar e a capacidade de sonhar e imaginar além do mundo concreto. As cores que antes viam quando crianças se desbotam e viram tons de cinza quando adultas. E vagar por um mundo em que só se vê tudo cinza é muito triste e solitário.

Mas não precisa ser assim. Pessoas grandes podem reencontrar suas crianças. Basta olhar para dentro de si, buscar lá no fundo o que faz o coração bater mais forte e os olhos cintilarem de alegria. Quando a gente reencontra a nossa criança, a gente simplesmente se alinha com o nosso propósito, porque crianças sabem o que procuram, e por saberem, simplesmente são livres para trilhar o caminho que quiserem e sonharem.

E para quem ainda não leu O Pequeno Príncipe, ou mesmo para quem já leu quando criança, fica o convite para (re)descobrir essa história linda e encantadora e entender a lição que esse principezinho deixa para nós, pessoas grandes. Liberte a criança sonhadora que existe em você. Sei que ela está aí, em algum lugar, só esperando ser despertada para te cativar e te encorajar a desbravar o mundo!

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