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terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Driblando a procrastinação

Foto: minha, não lembro onde foi tirada, sei só que sou admirada pelo pôr do sol.





























De uns tempos pra cá, essa palavra vinha se tornando cada vez mais comum no meu dia a dia, a procrastinação. Na minha agenda de trabalho, uma lista absurda de atividades que parecia nunca chegar ao fim. No meu lar, não havia listas, mas a desordem estava ali pra quem quisesse ver e eu, num simples movimento, dizia para mim mesma todo santo dia: amanhã eu arrumo isso. Só que o amanhã nunca chegava.

E assim eu ia levando os meus dias, sempre adiando tarefas importantes, encontrando milhões de distrações para não fazer o que tinha que fazer naquele momento, sempre esperando por um dia em que estivesse mais disposta, mais animada, mais inspirada... e aí, é inevitável a sensação de fazer, fazer e fazer e, no final, não conseguir enxergar resultado de fato. Os dias passam a se arrastar, a produtividade dá lugar a uma total perda de foco e no fim, o desespero toma conta e a gente não sabe como sair dessa armadilha que a gente mesmo criou.

Eu fiquei um bom tempo nessa inércia, perdida em alguma dimensão do tempo e espaço. E até perceber e admitir para mim mesma que as coisas não estavam bem e eu precisava fazer algo sobre isso, levou um bom tempo. O processo é doloroso. Você se auto-sabota o tempo inteiro, nega para si mesmo que aquilo esteja acontecendo e tenha chegado a um nível crítico que exija uma atitude libertadora.

Até que a libertação vem no lampejo mais simples e você entende que, para driblar a procrastinação, o deixar para depois, você só precisa fazer e pronto. Sim, simples assim mesmo. E assim tenho feito: minha lista interminável de atividades na agenda agora é mais palpável. Para cada dia estabeleço tarefas e simplesmente vou lá e faço, sem pestanejar, sem pensar se estou num bom momento. Porque no meio do processo de fazer, a inspiração simplesmente acontece, simples assim. E se naquele dia alguma tarefa deixou de ser feita, ela já passa a prioridade no dia seguinte, e assim vai seguindo, e assim uma nova lista vai surgindo todo dia e a monotonia dá lugar a uma mente produtiva, onde a lamparina está acesa para que as ideias possam fluir livremente.

No meu lar, tenho me esforçado ao máximo para não deixar a bagunça voltar a fazer morada. Se tem louça suja, lavo. Se tem roupa no varal seca, guardo. Se o chão está sujo, limpo. Se vi algo fora do lugar, arrumo. E assim a ordem vai surgindo. Claro que não é a ferro e fogo, sempre haverá um dia em que não estou tão disposta assim e não quero me ater àquela atividade. Mas que seja um ato consciente, que eu saiba que cedo ou tarde vou ter que lidar com isso, então não adianta fugir da responsabilidade.

Entre a vontade e a realização só existe a nossa ação. Então, vai lá, faça, mesmo se estiver cansado, mesmo se não estiver num bom momento, mesmo se a atividade for chata, mesmo que gaste muito tempo, não importa, faça, faça e faça. Com o tempo isso vira hábito e você percebe o quão simples a vida pode ser se a gente estiver disposto a simplesmente fazer aquilo que temos que fazer. O que era obrigação sendo adiada para outro dia, vira satisfação ao ver o resultado da nossa obra.

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